Por: Pedro Machado Ilustras e Design: Ingrid Victoria Copywriter: Larissa Lopes e Mateus William
Cultura é algo difícil de descrever - principalmente se estivermos imersos nela. Quem está há alguns ou vários anos no mundo corporativo, trocando de empresas, consegue descrever as diferenças da cultura da empresa A e da empresa B a partir dos comportamentos das pessoas, do que é valorizado, processos, entre outros. O que fazemos pouco é refletir sobre nosso papel na construção de uma cultura.
Tomei a liberdade de exagerar num exemplo dado por um cliente para ilustrar como uma situação "simples" no ambiente de trabalho pode desencadear uma série de reações e sentimentos.
Tudo começa quando um gestor de uma planta de fábrica toma uma decisão aparentemente simples: ele decide remover a cafeteira da área de trabalho, fundamentado na sua ideia de que essa medida pode reduzir distrações, fofocas e aumentar a produtividade da equipe.
Do ponto de vista dele, essa ação é resultado de muita análise, e que teve como principal objetivo evitar futuras demissões. O gestor, convicto, não falou com as pessoas que ali trabalham, inclusive o pessoal do turno da noite. Não sabe os ritos que existem ali em torno daquele “cafezinho” e acredita estar agindo da melhor forma, mesmo que essa intenção não seja clara para a maioria das pessoas. Não sei se o inferno está cheio de boas intenções, mas o meu óbvio normalmente não é o óbvio do outro.
Essa decisão é vista de maneira completamente diferente pelos colaboradores. Eles sentem que perderam um elemento importante da sua rotina: o café que dava energia e os momentos de descontração com os colegas. Assim, a remoção da cafeteira é interpretada como um sinal de que a empresa está mais preocupada com o lucro do que com o bem-estar dos funcionários.
Enquanto o gestor acredita estar agindo de forma estratégica e cuidando de seus liderados, os colaboradores se sentem desvalorizados e desconsiderados. Como resultado, a falta de interação e comunicação entre gestor e os colaboradores, nessa situação, irá gerar narrativas diferentes ou, no mínimo, ruídos entre elas, e é justamente por meio dessas narrativas que uma cultura de uma empresa é formada e construída.
A ideia de que essas pequenas interações e situações rotineiras reforçam ou até mesmo criam cultura passa batido. Dessa forma, as empresas raramente conseguem definir o que é cultura e perceber a sua presença, embora ela esteja constantemente em ação, afetando em tudo que acontece e, até certas vezes, prejudicando a estratégia do time, ambiente de trabalho e comportamentos.
Nós entendemos cultura como um produto feito das interações das pessoas de uma empresa. Gerir essa cultura é fundamental para a gestão da estratégia, pois é a cultura que impulsiona a execução da estratégia.
O motivo pelo qual RHs, gestores e líderes procuram a Atma Genus é porque a cultura de uma organização já não está mais alinhada com a estratégia, tornando-se um obstáculo para tomadas de decisões e na realização de metas.
Falando sobre empresas como (in)corporações, o que ocorre é que a cultura existente, criada a partir de comportamentos que fizeram bastante sentido no passado, hoje já não dá conta da complexidade, mudanças e movimentos necessários para a perenidade da organização. Existe uma "crise de identidade", uma distância entre o que a empresa é de fato e o que dessa identidade precisa ser ressignificada. Resumindo: os comportamentos de hoje são disfuncionais para a estratégia almejada, então é preciso encontrar caminhos para deixá-los funcionais novamente e instalar o que ainda não existe.
O caminho que utilizamos para trazer transformação nesse aspecto é o Design Cultural. Por meio dele, realizamos um mergulho profundo na empresa, mapeando a cultura e apresentamos ao cliente. Assim, abrimos diálogos com os colaboradores (de todos os níveis) para visualizarmos as interações que estão acontecendo, os comportamentos, símbolos e como todos esses elementos influenciam na dinâmica da empresa.
A nossa intenção é evidenciar a identidade cultural daquele lugar e provocar reflexões ao cliente: quais pontos dessa cultura são realmente funcionais, que conseguirão implementar a estratégia desejada? Quais outros pontos não existem na cultura e que podem colocar o negócio em risco, na linha do tempo?
A partir daí buscamos fazer a gestão dessa cultura, reconhecendo e administrando essas interações e narrativas que a compõem, possibilitando a criação de uma cultura mais saudável para o negócio e alinhada com os objetivos da empresa.
Colaboramos com organizações no desenvolvimento de uma cultura funcional, dinâmica e bem-sucedida, apresentando um projeto elaborado de gestão de mudança, criação de novos comportamentos e hábitos, gerando o comprometimento da alta liderança e dos colaboradores. Entre alguns de nossos clientes que já estiveram nesse processo estão empresas de destaque, como Bradesco Seguros, Campari, Pacaembu Construtora, Prio, Ultracargo e Ultragaz.
Podemos proporcionar mais informações detalhadas sobre nossa abordagem de Design Cultural e como ela pode ser usada para o benefício da sua organização.
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