Avançamos, mas ainda há muito para conquistar
- Margarita
- 17 de mar.
- 3 min de leitura
Este mês é especial para nós mulheres. Um período dedicado a lembrarmos da nossa jornada, daquelas que nos antecederam, dos nossos direitos e também das conquistas.
Escrevo este texto como uma oportunidade de compartilhar um pouco da minha história no mundo do trabalho, narrar minhas observações e experiências, e, mais importante, destacar os desafios que ainda enfrentamos, ao lado de tantas mulheres que caminharam comigo.
É claro que avançamos.
Estamos em uma era diferente, sem dúvida, mas não podemos esquecer que nem sempre foi assim. As mulheres continuam a enfrentar obstáculos significativos.
Até hoje, ainda existem momentos em que uma voz feminina é considerada menos relevante que a masculina, dependendo da organização.
Muitas de nós ainda sentimos o peso de um domínio cultural que nos incentivou a desconfiar umas das outras, fomentando rivalidades. No entanto, tudo isso está em transformação. Muitas de nós começamos essa luta há anos e estamos trabalhando arduamente para mudar essa realidade.
Sou engenheira de formação, um campo tradicionalmente dominado por homens.
Nos primeiros passos da minha carreira, estagiei em fábricas, onde era necessário usar capacete e macacão. Quando entrei no mundo corporativo, percebi a necessidade de adotar uma postura mais séria, algo que, de certa forma, demonstrasse maior competência e autoridade.
Quando morava em Brasília, trabalhei por muito tempo com coaching no governo.
A sensação que eu tinha era de que, em algumas conversas com homens, precisava provar que tinha mais conhecimento para ser ouvida.
Testemunhei, repetidamente, como detalhes aparentemente triviais (como fazer as unhas, arrumar o cabelo ou usar maquiagem) podiam afetar a percepção de autoridade em relação ao meu trabalho.
Talvez seja por isso que muitas mulheres acabam se tornando mais duras, mais enrijecidas no ambiente de trabalho, pois as feridas são profundas, especialmente quando pensamos no contexto da liderança.
No ambiente corporativo, a liderança exige que nos adaptemos a um padrão que, muitas vezes, não é nosso, e isso afeta a nossa originalidade.
E esse peso é ainda maior, porque enfrentamos a mesma pressão de expectativas em casa, na educação dos filhos e em todas as jornadas que atravessamos.
Precisamos constantemente pensar em como nos manter nesse ambiente, como nos posicionar, sem deixar de estar bem arrumadas, bem-humoradas…
Se vivi, percebi e ainda percebo tudo isso, penso na minha mãe, uma advogada que teve uma carreira de liderança em um período ainda mais desafiador, como foi pra ela todas essas questões.
O caminho está passando por transformações significativas, mas ainda estamos apenas na metade da jornada. É uma batalha contínua, mas vejo as mulheres avançando cada vez mais, desafiando as normas estabelecidas e reivindicando seu lugar em todos os aspectos da sociedade.
Hoje, sou grata àquelas que vieram antes de mim.
Como minha mãe abriu portas, eu também as abri para minha filha, e minha filha, por sua vez, está abrindo para minha neta.
Sinto-me profundamente grata por fazer parte de uma organização como a Atma Genus, onde posso desempenhar meu trabalho com todo o amor e dedicação, dizer o que penso, fazer o que faço, sem medo de julgamento algo que, infelizmente, nem todas as mulheres têm a oportunidade de experimentar.
Este mês não é apenas de parabenização, como vi em algumas mensagens no início do mês, no dia 8, mas é um momento de comprometimento de todos nós com o bem-estar das mulheres.
É um mês de cuidado, de compromisso para criação de espaços seguros, onde nós, mulheres, possamos viver nossas alegrias, expressar-nos da maneira que quisermos e viver da forma que desejamos!
Eu e Marisa Gimenes falamos sobre nossas experiências e vivências no episódio #3 do Atma Talks, trazendo esse olhar do feminino no corporativo.
Confio que você vai gostar dessa conversa.
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