Por: Graziela Rinaldi Ilustras e Design: Ingrid Victoria Copywriter: Larissa Lopes e Mateus William
Burnout e assédio: qual seria a relação de causa e efeito entre essas duas condições tão normalizadas na cultura do trabalho?
Embora sejam coisas diferentes, essas duas questões caminham lado a lado no mundo corporativo, representando uma séria ameaça de médio prazo para a saúde e bem-estar dos trabalhadores.
O burnout é consequência, mas o assédio pode ser a causa!
Não é surpresa que muita gente anda sentindo sobrecarga e exaustão, observando à sua volta, é fácil encontrar pessoas que estejam passando por um período de esgotamento no trabalho. Talvez essa pessoa seja você!
Ainda que nem toda sobrecarga e exaustão possam ser consideradas burnout, podem ser bons indicadores para a necessidade de cuidar dos níveis de estresse dentro das organizações, prevenindo um esgotamento futuro ou estresse crônico.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) descreve a Síndrome de Burnout como “um quadro de estresse crônico associado ao ambiente de trabalho, no qual as exigências desencadeiam um desgaste mental que ultrapassa a capacidade do sujeito de suportá-lo e geri-lo”.
O burnout passou a ser reconhecido como doença ocupacional em janeiro de 2022, quando o Brasil atinge a 2ª posição em número de casos no ranking mundial (ficando atrás apenas do Japão) — sem contar a depressão, ansiedade e outros transtornos mentais, que hoje ocupam 3ª posição em causa de afastamento do trabalho no país.
Com um mercado cada vez mais competitivo, que busca profissionais qualificados, versáteis, criativos e ambiciosos, acaba por determinar rótulos ou "perfis ideais" para compor suas equipes onde, não raramente, indivíduos são reconhecidos por apresentarem comportamentos assertivos e agressivos.
Com jornadas de trabalho prolongadas e pressão por alta performance, o assédio moral ganha cada vez mais notoriedade no campo organizacional e, por consequência, o adoecimento mental também.
Ao contrário do que se espera, os fatores mencionados acima, levam à perda de produtividade e ao aumento no número de afastamentos.
Com um ambiente de trabalho hostil e qualitativamente desequilibrado, a saúde mental dos trabalhadores acaba impactada, visto que passam grande parte da vida desenvolvendo relações sociais no ambiente de trabalho, sua qualidade de vida depende diretamente da qualidade do seu ambiente de trabalho.
No desafio de equilibrar os pratos da vida, se perde atenção aos sinais de alerta e avançam os sintomas de adoecimento, fazendo com que as pessoas convivam com essa condição por períodos prolongados.
Por falar em períodos prolongados… É tão possível quanto comum, que o assédio moral no trabalho contribua para o desenvolvimento da síndrome de burnout e outros transtornos mentais.
Caracterizado pela repetição de comportamentos e períodos prolongados de exposição a situações prejudiciais, cria-se um ambiente de estresse crônico que pode desencadear o burnout.
Não por acaso, no último ano (o mesmo em que a Síndrome de Burnout passa a ser reconhecida como doença ocupacional), as queixas de assédio moral no trabalho aumentaram quase 90%, abrindo espaço para uma análise mais profunda sobre saúde mental no trabalho.
Veja outras formas onde o assédio moral pode levar ao burnout:
Estresse contínuo: o assédio moral cria um ambiente de trabalho tóxico e estressante, fazendo com que a pessoa se sinta constantemente ameaçada, insegura e ansiosa.
Desgaste emocional: lidar com o assédio moral pode levar a uma exaustão emocional, fazendo com que a pessoa se sinta sobrecarregada pela negatividade e hostilidade do ambiente.
Sobrecarga de trabalho: às vezes, vítimas de assédio moral podem ser alvo de sobrecarga de tarefas, atribuídas a elas como uma forma de pressão adicional, o que pode contribuir para a exaustão física e mental.
Isolamento social: o assédio moral muitas vezes envolve isolamento social, onde a pessoa é afastada ou excluída. Isso pode levar à falta de apoio social, que é um fator importante na prevenção do burnout.
Perda de controle: a sensação de falta de controle sobre a situação e o ambiente de trabalho pode aumentar o estresse e a sensação de impotência, ambos contribuindo para o desenvolvimento do burnout.
Distorções cognitivas: o assédio moral pode desencadear padrões de pensamento negativos sobre si mesmo, o trabalho e o ambiente, o que pode agravar a exaustão mental característica do burnout.
Como podemos incluir a prevenção e combate ao assédio no trabalho nas agendas já estabelecidas de saúde mental?
O quão são realmente efetivas essas agendas se não olharmos de frente para essa cultura do assédio ainda tão presente nas organizações?
A Atma Genus é uma empresa profundamente comprometida com a preservação do bem-estar dos indivíduos em seus ambientes de trabalho e, portanto, reconhecemos a extrema gravidade do assédio moral dentro desses contextos e seu impacto negativo no adoecimento psíquico dos trabalhadores.
Uma das nossas principais causas é romper de maneira definitiva com o ciclo de violência presente nas empresas e contribuir para a construção de locais de trabalho saudáveis e propícios ao desenvolvimento pessoal e profissional de cada colaborador.
Com esse objetivo, desenvolvemos a Jornada Antiassédio (https://www.atmagenus.com.br/jornada-anti-assedio), um programa abrangente que abarca treinamentos especializados, conscientização e um robusto sistema de letramento e apoio, tudo isso com o intuito de combater de forma eficaz o assédio dentro das organizações.
O cuidado com a saúde mental precisa ser uma prioridade urgente. Diante dos desafios como o burnout, assédio, violência e estresse, é fundamental que olhemos para essas questões com mais atenção, especialmente nesse mês (setembro amarelo), com a finalidade de trazer benefícios não só para as organizações, mas também para os colaboradores, tornando os espaços que eles atuam mais dignos, humanos e solidários.
Conte com a gente nesse processo!
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